quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

BANDULINO DE MARTINHO CAMPOS NO BLOCO DA JOAQUINA DE 2017!!!



Está confirmado! O BLOCO DA JOAQUINA em sua terceira edição contará com a presença do grupo BANDULINO Martinho Campos, no dia 26 de fevereiro!

Adquiram já suas camisetas pelo telefone 37 9 9954 5418.
 
Em breve mais informações de atrações!!

 

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Lucas Mendes: Um mineiro em Manhattan


Lucas Mendes, apresentador do Manhattan Connection da Globo News com este escriba pompeano na Livraria Leitura recebendo o livro Fazenda do Laranjo, Patrimônio Histórico de Pompéu (Foto de Vandeir Santos)

Lucas Mendes descente de Pitangui e de Dona Joaquina do Pompéu, do ramo de Félix de Oliveira Campos (2º filho da matriarca) e Eufrázia Maria da Silva Campos.

domingo, 11 de maio de 2014

Dona Joaquina do Pompéu recebe homenagem em sua terra natal: MARIANA

A Catedral de Mariana, ou a Sé. Neste local foi batizada em 1752 Dona Joaquina do Pompéu


Dona Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco recebeu homenagem em sua terra natal no último sábado. Além da placa fixada na Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras,  lembrando seu nascimento em Mariana, um dos seus descendentes, Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro Campos também foi homenageado com o diploma de Mérito Cultural Moura Santos por sua dedicação incansável à pesquisa, publicando as obras "Dona Joaquina do Pompéu: Sua História e Sua Gente" (em três tomos); "Os Castelo Branco Daqui" e "Inventário de Dona Joaquina e outros documentos".


Dr. Roque Camêllo, Merania Camêllo, Olga Tukof, Flávia Valadares e Hugo de Castro
 


 Muitos biógrafos registraram a vida dessa marianense que o destino consagrou como uma das grandes personalidades dos séculos XVIII e XIX, conhecida não só em Minas como em São Paulo e no Rio de Janeiro com os títulos de Rainha do Oeste Mineiro, Baronesa do Gado, Sinhá Braba, Grande Dama do Sertão.  

Pompeanos e Marianenses aguardam início da solenidade na Academia Marianense de Letras


Além de Agripa de Vasconcelos, Antônio Campos Guimarães, Gilberto Noronha, Coriolano Ribeiro e Jacinto Guimarâes, o médico e genealogista Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos pesquisou por muitos anos a vida e a descendência de Dona Joaquina de Pompéu. Um dos livros do prof. Deusdedit foi publicado, em 2003, com o título “Dona Joaquina de Pompéu: sua história e sua gente”. Este trabalho presta um grande serviço à História e à Genealogia brasileira.Dona Joaquina foi uma mulher forte que marcou a sua época pela coragem, capacidade administrativa e desprendimento. Não mediu esforços para ajudar a Coroa Portuguesa, quando aqui desembarcaram, em 1808, a família real e mais de 15 mil pessoas. No Rio de Janeiro daquela época, não havendo condições de receber tanta gente, Dona Joaquina sustentou, por muito tempo, a Corte com mantimentos e gado.

 É também conhecida como “Heroína Mineira da Independência do Brasil” porque, como apoiadora da Independência, enviou bois e alimentos para as tropas de Dom Pedro I, na Bahia, que lutavam contra os portugueses ali residentes contrários à separação do Brasil.  A Heroína do Oeste Mineiro hospedou viajantes ilustres como os alemães Eschwege e Freyreiss, respectivamente em 1811 e 1813 que estiveram em Minas a serviço do rei de Portugal. De sua descendência destacam-se inúmeros homens e mulheres que trabalham em prol do engrandecimento do nosso país.
Para o presidente da Academia Marianense, prof. Roque Camêllo, “Mariana, a cidade das primazias, também se orgulha de ser a terra de mulheres fortes contribuidoras do desenvolvimento do país. Destacam-se Dona Joaquina de Pompéu; Mariana das Neves Corrêa - matriarca inicial do século XVIII dos cafeicultores brasileiros, ambas nascidas em 1752; Irmã Virginie Dubost – da congregação das Filhas da Caridade, francesa que aqui chegou em 1849, trazida por Dom Viçoso e fundou o Colégio Providência; Efigênia da Silva – líder social; Amanda Fernandes – educadora rural; Albertina Santos, Elza Vieira e Conceição Rezende – dedicadas à música;  Olga Tukoff – nas artes; as professoras Hebe Rola - guardiã de nossa Cultura; Marly Moysés – educadora; Patrícia Ferreira Santos – pesquisadora; e as marianenses de adoção Virgínia de Castro Buarque – historiadora, Célia Fernandes Nunes – educadora. São tantas e tão importantes para nossa terra que merecem uma cuidadosa pesquisa a ser publicada.
 Receber a delegação da cidade de Pompéu, os membros do Centro Cultural Dona Joaquina de Pompéu sob a presidência de Hugo de Castro é uma honra para a Academia Marianense de Letras, sobretudo quando, por iniciativa deste Centro Cultural, se entronizará, nesta Casa, uma placa que pereniza a memória da notável marianense”, concluiu Roque Camêllo.

Sob a coordenação da professora Hebe Rola, apresentaram, em jogral, os integrantes da Academia Infantojuvenil, um departamento da Academia Marianense, narrando a história de Dona Joaquina do Pompéu.Discursaram durante a solenidade os Acadêmicos Anício Chaves e Regina Almeida, Deusdedit Campos e Hugo de Castro representando a população de Pompéu e da região do Oeste Mineiro.
O evento teve a participação especial do pianista marianense Virgílio Drummond (13) que encantou o público presente tocando várias canções. Contou com a participação dos membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Histórico de Pompéu, do Coordenador do Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu e membros do Conselho Municipal de Mariana.
Após o descerramento da placa levada pela comitiva de Pompéu, abriu-se a exposição TRAÇOS do jovem artista GIL DRUMMON DE CASTRO  (12) cuja obra é um conjunto de trabalhos digitais a mão livre, técnica simples, traço preciso, com unidade de traços bem definidos e sem retoques. O objetivo do artista é definido, introspecto, sensível e transparente, levando sua arte ao mundo aos 13 anos de idade. É talento herdado da mãe, a artista plástica Cacá Drummond, e do avô, o consagrado escultor Amilcar de Castro. Gil participa de trabalhos sociais confeccionando brinquedos a partir de matérias recicláveis e ajudando na distribuição dos mesmos. Numa sucinta frase, a especialista em História da Arte Regina Almeida profetiza o belo futuro deste jovem artista: “Gil! Um traço que cria e recria”.
          



 Professora Regina Almeida, Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos, Sr. Alvimar, Dr.  Roque Camêllo, Hugo de Castro e Dona Hebe Rolla.

Momento de apresentação da placa em homenagem a Dona Joaquina do Pompéu.
Dr. Roque, Dr. Deusdedit e Hugo de Castro



Os conselheiros do Patrimônio cultural, Artístico e Histórico de Pompéu com os colegas de Mariana.

(Merania Camêllo, especialmente para este blogg)

domingo, 15 de setembro de 2013

Exposição temática mostrará vários olhares sobre o sobrado de Dona Joaquina do Pompéu


 O sobrado do Pompéu Velho visto pelos fundos
 autor desconhecido, década de 1950


A exposição temática O Sobrado de Dona Joaquina do Pompéu, olhares sobre um passado majestoso, que está sendo organizado sob nossa curadoria apresentará diversas versões do magnífico sobrado, palacete de Dona Joaquina do Pompéu.

Centro intelectual e econômico no final do século XVIII e início do XIX, o magnífico palacete povoa o imaginários dos pompeanos de todos aqueles que apreciam a história da grande matrona mineira. Desde sua demolição em 1954 fica em nossas mentes a curiosidade de como seria o grande solar por onde passaram nobres e cientistas, soldados honrosos da pátria e comerciantes, padres e pessoas que ali buscavam resolver seus problemas junto àquela senhora que até hodiernamente nos enche de orgulho e de história.

Nos últimos 60 anos vários artistas colocaram em suas telas o que seria esta casa e cada um com detalhes peculiares a cada espírito e inspiração. Nossa intenção é reunir o maior número possível destes trabalhos e mostrar a importância histórica e artística destas obras, rendendo ao mesmo tempo tributos a estes valorosos artistas.

A exposição está prevista para ser aberta no dia 26 de outubro de 2013 pelo senhor governador do Estado de Minas Gerais, professor Antônio Augusto Anastasia, por ocasião de sua visita ao Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu em solenidade de homenagem ao professor pompeano José Afonso da Silva.

Peço aos que tenham algum quadro, tela ou foto do sobrado que possam ver a possibilidade de nos emprestar por um breve período de 2 meses, tempo que acontecerá a exposição. 


Contato: Email     :    hugo@pompeumg.com.br
          Telefone     :    037 3523 2266

sábado, 14 de setembro de 2013

Documentário sobre Dona Joaquina

Programa elaborado pelo grupo Triângulo das Gerais no ano de 2012 e exibido na Rede Minas de Televisão no dia 20 de agosto de 2012, data de 260 anos de nascimento de Dona Joaquina do Pompéu.

http://vimeo.com/48010065

O BARÃO VON ESCHWERGE E DONA JOAQUINA DO POMPÉU




                       

O Barão Wilhelm Ludwig Von Eschawege, foi um nobre alemão, diretor do Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, autor do “Pluto Brasiliensis” (1813), que escreveu como encarregado de estudar e fomentar a já então decadente indústria da mineração. É uma grande autoridade em assuntos brasileiros, tanto que foi o mentor de Goethe, quando se entregou ao estudo dos mesmos, pelos quais passou a interessar-se vivamente o gênio de Weimar.
Transcreverei aqui parte da excelente obra, traduzida pelo Dr. Domício de Figueiredo Murta.
Este importante documento, a que dá um cunho de grande valor a autoridade moral do grande barão, é um relato que nos leva a imaginar quem foi verdadeiramente a dama injustiçada que foi Dona Joaquina do Pompéu. As mentiras e lendas inventadas a seu respeito caem por terra ao lermos esta descrição de uma pessoa que com ela conviveu e por tradição sabemos ser o mesmo uma pessoa de grande valor moral e ético.  D. Joaquina do Pompéu, foi investida de autoridade por aqueles que viam nela um caminho e conforto para seus problemas, por sua personalidade forte e grande senso empreendedor convergiam nela todos aqueles que tinham nela um porto seguro.
É um testemunho irretocável e definitivo da generosidade, fidalguia e cavalheirismo da lendária senhora, o qual comprova a sua hospitalidade franca e nunca regateada a quantos a seu solar aportavam.
No volume 2º, pág. 280 e 281, lê-se o seguinte:

De Pitangui em diante viajamos por amenos campos, banhados por numerosas lagoinhas, onde ao lado da gigantesca jiboia, milhares de aves palustres, aquáticas, grandes e pequenas, ostentam a sua deslumbrante plumagem.
Chegamos assim à Fazenda do Pompéu, que possui uma superfície de 150 léguas quadradas, pelos menos. Ela é habitada unicamente pela família da proprietária desse principado, cujos súditos seriam as quarenta mil gado que habitam essas regiões despovoados e anunciam ao viajor a proximidade de habitações humanas.
No Pompéu, em virtude de insistente pedido, tivemos de permanecer alguns dias na residência da generosa matrona, viúva Dona Joaquina da Silva Oliveira Castelo Branco, que conta dentre seus descendentes sessenta netos. Munidos de todos os viveres possíveis, que davam para diversas semanas, partimos dali para os sertões de novos despovoados, onde nada se poderia arranjar.
NOTA DO AUTOR: desejo tornar público aqui a minha gratidão a essa senhora e a seus filhos pela maneira gentil com que durante semanas, ás vezes, me acolheram nas frequentes viagens que fiz àquela região e pela maior hospitalidade que dispensaram a diversos naturalistas, recomendados por mim. Devo desmentir também um boato que corre a meu respeito, espalhado por alguns viajantes e subscrito por outros. Teria sido contrário à delicadeza dessa digna senhora oferecer a um Barão alemão um presente de mil bois e algumas centenas de cavalos,  e receber este um tal presente.
NOTA DO TRADUTOR: essa senhora célebre pela energia de que era dotada ocupa lugar importante na história do Oeste de Minas. Sua Vida tumultuosa e quase lendária não encontrou ainda quem quisesse retratá-la. E no entanto poucas mulheres já viveram vida igual em que a administração de um feudo imenso, que era a fazenda e as lutas políticas da época, em que tomou parte saliente, fizeram dessa mulher um exemplo vivo de coragem, de energia e de amor à terra natal, digno de ser seguido. Seu velho solar, que abrigou tantos sábios ilustre está hoje em ruínas e sua fazenda, que era em extensão o que é hoje o município de Pompéu, subdividiu-se em várias outras. Nada mais resta, senão lendas pouco respeitosas às vezes e um punhado de ruínas do velho solar, tão cheio de vida e de movimento outrora.
O testemunho autorizado do Barão Eschwege anula em definitivo a obra da maledicência que tem procurado enxovalhar a memória dessa mulher admirável, cuja vida foi entretecida de tantas virtudes, quantas podem enobrecer a criatura humana.
Êle, mais que ninguém revestido de uma idoneidade insuspeita, è quem nos manda de além-mar, quando presta contas de seus trabalhos científicos do “hinterland” brasileiro, aquelas referências elogiosas, que traduzem a irretorquível verdade, acerca da existência em terras brasileiras de uma mulher excepcional, cujo espírito e coração se comparam em grandeza à extensão de seu domínio feudal e se extravasam em prestígio e benemerência até os próprios governos, a que às vezes ela estende as mãos, não para pedir, mas para dar, em gestos de filantropia e patriotismo e em atos de abnegação e renúncia.
Está, pois, reabilitada na plenitude de sua pureza a memória de Dona Joaquina do Pompéu, cujas legítimas tradições reivindicam para ela lugar proeminente no altar da pátria.
A tradição de uma coragem varonil foi certamente a que lhe deu o sentido mais decisivo na vida, obrigando-a a andar armada para a sua defesa pessoal.
Conta-se que ela um dia dissera na intimidade dos seus: Sou eu Talvez o único homem dessas redondezas!

Eis portanto um verdadeiro relato sobre Dona Joaquina do Pompéu, tal como era, jamais como queriam que fosse os seus gratuitos detratores e desconhecedores de sua vida.


terça-feira, 23 de julho de 2013

Transcrição do Testamento de Dona Joaquina do Pompéu

Caros leitores, hoje publico a transcrição do testamento de Dona Joaquina do Pompéu, que na verdade se assemelha mais a um codicilo, que segundo o grande jurista Carlos Roberto Gonçalves trata-se do ato de última vontade, destinado, porém, a disposições de pequeno valor ou recomendações para serem atendidas e cumpridas após a morte.

Foi escrito em 1822, ou seja, dois anos antes de seu falecimento que ocorreu aos 7 de dezembro de 1824. 

Algumas palavras foram transcritas do mesmo modo que se encontra o original, pertencente parte ao Arquivo Público Mineiro e outra parte ao Arquivo de Pitangui.

In nomine. Saibam quantos este testamento virem que sendo no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e vinte e dois, aos vinte e oito dias do mês de Fevereiro do dito ano, nesta fazenda do Pompéo, em casas de minha morada. Eu D. Joaquina Bernarda da silva de Abreu Castello Branco, estando de saúde  e em meu perfeito juízo, quero fazer as minhas disposições de último vontade, na maneira seguinte: Declaro  que sou natural da Cidade de Mariana, filha legítima do Doutor Jorge de Abreu Castello Branco e de sua mulher. Jacinta , já falecida. Declaro que fui casada com o Cap. Inácio de Oliveira Campos, de cujo matrimônio temos os seguintes filhos:  Cap-Mor Felix de Oliveira Campos, que foi casado e se acha viúvo, e tem filhos de seu matrimônio; o Cap. Joaquim Antônio de Oliveira Campos, o Ten. Ignacio de Campos, Anna Jacinta de Oliveira  Campos, já falecida que foi com o Cap. Thimoteo Gomes Valadares, de cujo matrimônio ficaram filhos, Maria Joaquina de Oliveira Campos, já Falecida, casada que foi com o cap. Luís Joaquim de Souza Machado, de cujo matrimônio ficaram filhos, Joaquina de Oliveira campos, casada que foi como o Cap. Antônio Álvares da Silva, também falecida, e de seu matrimônio ficaram filhos, Anna Joaquina de Oliveira Campos, casada com o Cap. João Cordeiro Valadares, Antônia de Oliveira campos, casada com o Guarda-Mor Joaquim Cordeiro Valadares, Isabel jacinta, casada com o Cap. Martinho Álvares da Silva, cujos meus filhos e netos declaro por meus universais herdeiros.
            Declaro por meus testamenteiros em primeiro lugar a meu filho o Cap. Joaquim Antônio de Oliveira Campos, em segundo lugar a meu genro o Cap. João Cordeiro Valadares, em terceiro a meu filho o Tem. Ignácio de Oliveira Campos, em quarto a meu filho o Cap. Mor Felix de Oliveira Campos, em quinto a meu genro o Guarda –Mor Joaquim Cordeiro Valadares, e deixo oito para dar contas das minhas disposições: caso o não possam fazer dentro deste tempo concedo mais dois anos e em prêmio  de seu trabalho duzentos mil réis.
            Declaro que depois de meu falecimento será meu corpo envolto no hábito de Nossa Senhora do Monte do Carmo de que sou irmã professa na ordem do Monte do Carmo de Vila Rica, e sepultada na minha Capela de Nossa Senhora da Conceição desta minha Fazenda do Pompéo, e só virá um sacerdote para encomendar meu corpo. Declaro que no dia do meu enterro e nos seguintes se darão de esmola aos pobres mais necessitados cincoenta mil réis, de eleição de meu testamenteiro. Declaro que se dirão por minha Alma duzentas missas, pelos sacerdotes desta Freguesia.
             Declaro que deixo cem mil réis para as obras necessárias que precisar a Capela de Nossa Senhora da Penha do Batatal da Vila de Pitangui, de que sou protetora.
            Declaro que tenho em meu poder cem mil réis pertencentes à capela de Nossa Senhora da Conceição desta minha Fazenda do Pompéo, que me entregou o testamento de Manoel Gomes da Cruz, e eu deixo mais duzentos mil réis para se acabar a dita Capela, no que cuidará logo o testamenteiro que aceitar esta testamentaria.
            Deixo quatrocentos mil réis da minha terça a meu filho Cap. Joaquim Antônio de Oliveira Campos por ser o filho que mais me tem ajudado para o aumento dos meus negócios, largando a sua casa e lavoura só para me servir, com grande prejuízo de seu serviço.
            Deixo fôrras a minha escrava mulata Maria Agostinha e duas filhas dela por nome Luíza e Marcelina: logo depois do meu falecimento lhes passará meu testamento suas cartas de liberdade. Deixo mais à dita mulata Maria Agostinha vinte e quatro mil réis de esmola pelos bons serviços que me tem feito. Deixo mais cem mil réis à dita minha escrava Luíza, filha da dita Maria Agostinha, para seu casamento, que lhe será entregue depois que ela se casar.
            Declaro depois de cumpridos os meus legados, o que sobrar de minha terça deixo a todos os meus netos nascidos de matrimônios, com igualdade, tanto machos como fêmeas.
            Declaro que tenho um livro de razão onde se fazer várias declarações, e tudo o que se achar nêle escrito, por mim assinado, valerá como parte essencial deste testamento, por ser esta a minha última vontade.
            E nesta forma hei por acabado este meu testamento que escreveu a meu rogo José Moreira de Carvalho no dia, mês e ano acima declarado e vai por mim assinado. Joaquina Bernda. da Sa. de Abreu Castel Branco. Eu este escrevi a rogo, José Mora. De Carvalho.
            Declaro mais que tenho declarado neste meu testamento, que tenho nove herdeiros, e deixo os remanescentes de minha terça para se repartir em nove partes, depois de partida tocar cada uma parte aos meus netos e netas, de cada casal, e ainda serão comtemplados aqueles que nascerem até o meu falecimento, e depois de partidas as nove partes, da parte que tocar a meu genro o Cap. Antônio Álvares da Silva terá o dito trezentos mil réis para si e o mais partirá com seus filhos e filhas, e quando este meu genro seja falecido primeiro do que eu, nesse caso fica para os meus netos, filhos do mesmo, e netas: esta minha deixa só se entende netos filhos legítimos.
            E mais não declarei e mandei escrever esta declaração pelo segundo Tabelião José Ferreira Rates, somente por mim assinada.

(a)  Joaquina Bernda. Da As. De Abreu Castel Brco.

Assinatura de Dona Joaquina em documento de 23 de outubro de 1801
(Arquivo Público Mineiro)