(Link do Youtube - Discurso da Lua, PapaJoão XXIII)
Queridos amigos leitores deste blog, aos quais dirijo minhas palavras
nestes dias que a paz e luz nos iluminou de forma divina pelo caráter espiritual
e ao mesmo tempo profana pela força vital.
Recebi esta semana um belo vídeo que mostra o famoso “Discurso da Lua”, pronunciado
pelo Beato Papa João XXIII na noite de 11
de Outubro de 1962, após a sessão de abertura do concílio Vaticano II quando
uma multidão de fiéis acorreu espontaneamente à Praça de São Pedro com velas e
em oração. Informado pelo seu secretário, Mons. Capovilla, João XXIII
aproximou-se à janela, e emocionado, falou de improviso. O caráter coloquial e
absolutamente inesperado da sua saudação, granjeou-lhe o título de “Discurso da
Lua”, devido à referência que o mesmo fez no início do diálogo sob uma
belíssima lua cheia que iluminava a multidão.
O
embaraço provocado pelo conteúdo e forma das suas palavras ficou espelhado na
transcrição das mesmas, que não corresponde ao original. A versão que apresento
procura reproduzir a originalidade do acontecimento, o carácter coloquial e o
estilo paternal do papa Roncalli. As gravações que existem são parciais e
apenas a união das partes permitiu esta aproximação.
Procurei
postar este texto e o vídeo anexo devido a emoção que senti ao ouvir e depois
ler estas belas palavras, ditas do fundo da alma e que podem ser ouvidas até os
dias atuais em momentos que nossa alma necessita de um carinho e um consolo de
paternal. Enfim, a todo ser, que diante das dificuldades consegue sobressair e
vislumbrar a face divina nas belezas do universo.
Tradução
de Pablo Lima e Tiago Freitas.
Caros filhinhos, ouço
as vossas vozes. A minha é apenas uma, mas condensa a voz do mundo inteiro.
Todo o mundo está aqui representado.
Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a
no alto – para contemplar este espetáculo. É que encerramos uma grande jornada
de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade.
A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um
irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto –
paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo.
Continuemos,
pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no
encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que
nos possa criar dificuldade: nada. Fratres sumus .
Esta manhã aconteceu um espetáculo que nem a basílica de
São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar.
Honremos as impressões desta noite. Que os nossos
sentimentos permaneçam sempre como agora os manifestamos diante do Céu e da
terra. Fé, esperança, caridade, amor de Deus, amor de irmãos. E assim, todos
juntos, mutuamente apoiados, na santa paz do Senhor, nas obras do bem.
Quando regressardes a casa, encontrareis os vossos
meninos. Fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: «esta é a carícia do
Papa». Encontrareis algumas lágrimas por enxugar, fazei alguma coisa… dizei uma
boa palavra: «o Papa está conosco, especialmente nas horas de tristeza e de
amargura».
E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando,
chorando mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta,
para avançarmos e retornarmos o nosso caminho.
E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos
dou e também a boa-noite que me permito desejar-vos.
A multidão na praça durante o discurso (Luce)
TEXTO ORIGINAL:
Cari figlioli, sento le vostre voci. La mia è una voce
sola, ma riassume la voce del mondo intero. Qui tutto il mondo è rappresentato.
Si direbbe che persino la Luna si è affrettata stasera, osservatela in alto, a
guardare a questo spettacolo. E é che noi chiudiamo una grande giornata de
pace. Sì, di pace: Gloria a Dio, e pace agli uomini di buona volontà.
La mia persona conta niente, è un fratello che
parla a voi, diventato padre per la volontà di Nostro Signore, ma tutto
insieme, paternità e fraternità, è grazia di Dio, tutto, tutto.
Continuiamo dunque a volerci bene, a volerci bene così, a volerci bene così guardandoci così nell’incontro, cogliere quello che ci unisce, lasciar da parte quello che se c’è, qualche cosa che ci può tener un pò in difficoltà, niente. Fratres sumus.
Continuiamo dunque a volerci bene, a volerci bene così, a volerci bene così guardandoci così nell’incontro, cogliere quello che ci unisce, lasciar da parte quello che se c’è, qualche cosa che ci può tener un pò in difficoltà, niente. Fratres sumus.
Stamattina è stato un
spettacolo che neppure la basilica di san Pietro che ha quattro secoli di
storia non ha mai potuto contemplare. Facciamo onore alle impressioni di questa
sera. E siano sempre i nostri sentimenti come ora li esprimiamo davanti al
Cielo, e davanti alla Terra. Fede, Speranza, Carità, Amore di Dio, Amore di
Fratelli. E poi tutti insieme, aiutati così, nella santa pace del Signore, alle
opere del Bene.
Tornando a casa,
troverete i bambini. Date una carezza ai vostri bambini e dite: “questa è la
carezza del Papa”. Troverete qualche lacrime da asciugare, fate qualche… dite
una parola buona: “il Papa è con noi, specialmente nelle ore della tristezza e
dell’amarezza”. E poi tutti insieme ci animiamo, cantando, sospirando,
piangendo ma sempre, sempre pieni di fiducia nel Cristo che ci aiuta e che ci
ascolta, continuare e riprendere il nostro cammino. Così dunque vogliate
attendere alla benedizione che vi dò e anche alla buona notte che mi permetto
di augurarvi.
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