sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Uma História que poucos conhecem: A verdadeira causa da proclamação da república Brasileira




A família Imperial do Brasil, no Palácio do Grão-Pará(Otto Hesse)

Era madrugada do dia 15 de novembro de 1889, e em sua cama com uma febre ardente encontrava-se um marechal até então estimado pelos seus serviços ao Império do Brasil. Mas isso viria a mudar quando este homem por motivos particulares muda drasticamente a história e futuro do Brasil. Seu nome: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca.

   Cons.   Gaspar da Silveira Martins
                                                             Mal. Deodoro da Fonseca

Ouvi este relato de minha amiga Marina Maria Lafayette  Andrada Ibrahyn, trineta do patriarca da Independência José Bonifácio de Andrada e Silva, neta do Conselheiro Lafayette  e sobrinha da dama que mencionarei em instantes e é a verdadeira causa da queda da monarquia no Brasil.

A história tem início quando o então Cel. Deodoro da Fonseca chega a um baile na corte e se encanta com uma bela e jovem moça de nome Adelaide Coutinho, filha de um dos mais renomados advogados do Rio de Janeiro naquela época. Esta moça era enamorada por Gaspar da Silveira Martins, um gaúcho que naquela ocasião já se despontava como um grande político, ferrenho adversário de Júlio de Castilhos(político do Partido Republicano Riograndense).

Acontece que Deodoro encantado por Adelaide pediu que esta lhe concedesse a honra de uma dança, mas a resposta foi um não, já que estava sendo cortejada por Gaspar e daí por diante com uma mágoa implacável o jovem coronel encheu-se de ódio daquele que viria a ser um dos maiores senadores do Império e governador da província do Rio Grande do Sul. A inimizade era recíproca e Gaspar se referia a Deodoro como um reles “sargentão”, o que deixava Deodoro ainda mais possesso e descontrolado de sua raiva.

O tempo se passou e Adelaide casou-se com Gaspar formando uma bela família que deu ao país grandes nomes para a política e a cultura.

Retornamos ao ano de 1889, precisamente na noite do dia 14 de novembro, e em uma quartelada liderada por ideais positivistas, Deodoro ajuda a derrubar tão somente o gabinete ministerial do Visconde de Ouro Preto e não todo o sistema monárquico, pois para o marechal que até então era amigo do “bom e velho Imperador” a monarquia só poderia ser derrubada após a morte deste. Deodoro após derrubar o gabinete ministerial e prender o Visconde no Campo de Santana volta para casa ardendo em febre e depois de algum tempo deitado chega Benjamin Constant e prega a maior e mais inconsequente mentira da história do Brasil.

A mentira de Benjamim é que Dom Pedro II havia nomeado o Conselheiro Gaspar da Silveira Martins para formar o novo gabinete ministerial. Deodoro tomado de ódio e cólera diabólica, levanta-se de seu leito, veste sua farda, empunha sua espada e proclama naquele dia 15 de novembro o que viria a ser o início de nossos dissabores e tristezas: a república brasileira.


Benjamin Constant Botelho de Magalhães

A república que teve início de um golpe covarde baseado em uma mentira sórdida. Estas são as bases de nosso atual sistema de governo.

Um comentário:

  1. Caro Hugo,
    a história é interessante,mas não devemos entender a proclamação da República de forma tão simplista, quase um folhetim. Os estudos sobre este tema apontam um conjunto maior de causas de ordem política, econômica e social.
    As mazelas da República foram herdadas dos períodos anteriores, a ordem coronelística nasceu no período regencial.

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