A família Imperial do Brasil, no Palácio do Grão-Pará(Otto Hesse)
Era madrugada do dia 15 de novembro de 1889, e em sua cama com uma febre ardente encontrava-se um marechal até então estimado pelos seus serviços ao Império do Brasil. Mas isso viria a mudar quando este homem por motivos particulares muda drasticamente a história e futuro do Brasil. Seu nome: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca.
Cons. Gaspar da Silveira Martins
Mal. Deodoro da Fonseca
Ouvi este relato de minha amiga
Marina Maria Lafayette Andrada Ibrahyn,
trineta do patriarca da Independência José Bonifácio de Andrada e Silva, neta
do Conselheiro Lafayette e sobrinha da
dama que mencionarei em instantes e é a verdadeira causa da queda da monarquia
no Brasil.
A história tem início quando o
então Cel. Deodoro da Fonseca chega a um baile na corte e se encanta com uma
bela e jovem moça de nome Adelaide Coutinho, filha de um dos mais renomados
advogados do Rio de Janeiro naquela época. Esta moça era enamorada por Gaspar
da Silveira Martins, um gaúcho que naquela ocasião já se despontava como um
grande político, ferrenho adversário de Júlio de Castilhos(político do Partido
Republicano Riograndense).
Acontece que Deodoro encantado
por Adelaide pediu que esta lhe concedesse a honra de uma dança, mas a resposta
foi um não, já que estava sendo cortejada por Gaspar e daí por diante com uma
mágoa implacável o jovem coronel encheu-se de ódio daquele que viria a ser um
dos maiores senadores do Império e governador da província do Rio Grande do
Sul. A inimizade era recíproca e Gaspar se referia a Deodoro como um reles
“sargentão”, o que deixava Deodoro ainda mais possesso e descontrolado de sua
raiva.
O tempo se passou e Adelaide
casou-se com Gaspar formando uma bela família que deu ao país grandes nomes
para a política e a cultura.
Retornamos ao ano de 1889,
precisamente na noite do dia 14 de novembro, e em uma quartelada liderada por
ideais positivistas, Deodoro ajuda a derrubar tão somente o gabinete
ministerial do Visconde de Ouro Preto e não todo o sistema monárquico, pois
para o marechal que até então era amigo do “bom e velho Imperador” a monarquia
só poderia ser derrubada após a morte deste. Deodoro após derrubar o gabinete
ministerial e prender o Visconde no Campo de Santana volta para casa ardendo em
febre e depois de algum tempo deitado chega Benjamin Constant e prega a maior e
mais inconsequente mentira da história do Brasil.
A mentira de Benjamim é que Dom
Pedro II havia nomeado o Conselheiro Gaspar da Silveira Martins para formar o
novo gabinete ministerial. Deodoro tomado de ódio e cólera diabólica, levanta-se
de seu leito, veste sua farda, empunha sua espada e proclama naquele dia 15 de
novembro o que viria a ser o início de nossos dissabores e tristezas: a
república brasileira.
A república que teve início de um
golpe covarde baseado em uma mentira sórdida. Estas são as bases de nosso atual
sistema de governo.
Caro Hugo,
ResponderExcluira história é interessante,mas não devemos entender a proclamação da República de forma tão simplista, quase um folhetim. Os estudos sobre este tema apontam um conjunto maior de causas de ordem política, econômica e social.
As mazelas da República foram herdadas dos períodos anteriores, a ordem coronelística nasceu no período regencial.