Sua construção teve inicio no final do séc. XVIII e teve como construtor o mestre – carapina Tomé Dias. O palacete era a sede do feudo, que constituíam as terras de Dona Joaquina, segundo descrição de Wilhelm Ludwig Von Eschwege(1777 a 1855) – Barão de Eschwege - que nele se hospedou, quando aqui passou a mando do Rei de Portugal a fim de catalogar os minérios do Alto São Francisco que resultou na publicação de seu livro “Plutos Brasiliensis”, que é dedicado a Dona Joaquina e seus familiares.
Dona Joaquina possuía mais de mil escravos e, ao morrer, seu latifúndio abrigava perto de 60 mil cabeças de gado. Dotava de grande sentimento patriótico, chegou a fornecer ao Imperador dom Pedro I, escravos, gado, mantimentos e dinheiro para o sustento dos soldados durante a iminente batalha entre Brasil e Portugal, por nossa Independência em 1822. Este sobrado foi sede de importantes decisões e berço de milhares de descendentes de Dona Joaquina, entre eles figuras de projeção nacional na política, na magistratura, na medicina, nas artes, na literatura bem como membros do Clero da Igreja Católica.
O casarão tinha cerca de 80 cômodos, divididos em dois pavimentos, tendo como acesso ao segundo pavimento uma bela escadaria em estilo colonial. Do lado de fora uma grande varanda dava boas vindas aos visitantes (que não vemos nesta foto que representa os fundos do solar), tendo também cada porta lateral uma sacada independente. Observamos nesta imagem que o estado de preservação do imóvel era precário, não sendo, é claro motivo de sua extinção, o que muito nos entristece.
Esta foto foi tirada provavelmente na véspera da demolição que ocorreu no dia 26 de abril de 1954, precisamente às 14 horas. Segundo relatos da época uma “grande nuvem de poeira cobriu a região de Pompeu Velho”.
Muito se lamenta da demolição deste nosso patrimônio que foi demolido sem ordem direta do governador da época. É uma injustiça culpar o Governador Benedito Valadares pela demolição do Sobrado. O que houve? Ora meus caros leitores, sempre que o defendo várias pessoas são contra, pois não raciocinam a respeito desta parte de nossa história.
O governador Benedito Valadares era trineto de Dona Joaquina e Cap. Inácio, tendo ele aqui vários parentes e grande admiração por sua ilustre ancestral, comprou o Sítio do Pompéu Velho, no ano de 1943 a fim de tombar(preservar como Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais) e ali construir uma escola Agrícola. Acontece que em 1945, como é de conhecimento geral, o Presidente Getúlio Vargas é deposto, e caindo o presidente, caíram também seus interventores, ou seja Benedito Valadares(Governador Interventor de Minas Gerais). O casarão foi ao chão em 26/04/1954, portanto no governo de Juscelino Kubitschek. É necessário que se corrija esta lenda que mancha a História do Governador Valadares, não querendo é claro culpar Juscelino que ao meu entender não tomou nem conhecimento deste ato que foi comandado por funcionários da Camig, então sediada em Pará de Minas.
Esta foto é muito conhecida e tornou-se um ícone da História de Dona Joaquina. Quantos de nós ao ouvirmos falar neste nome – Joaquina do Pompéu – não vemos a imagem desta foto ou sua reprodução em alguma tela em diversas casas de nossa cidade? Creio que a maioria lembra-se desta imagem, que povoa nossa curiosidade e desejo de ter nascido a tempo de ver esta grande estrutura que foi como mencionei acima o berço, a origem de uma descendência que conta com aproximadamente 40 mil pessoas.
Olá, parabéns pelo blog, sou descendente de Dona joaquina e a demolição do casarão foi realmente uma perda irreparável.
ResponderExcluirtambém sou descendente
ExcluirBoa tarde, Hugo!
ResponderExcluirAcho q já lhe disse q tenho um site de genealogia no myheritage.
Acompanho seu blog e como aqui eu compartilho no facebook alguma de suas matérias, gostaria de saber se tb posso compartilhar no site myheritage, Genealogia de Dona Joaquina, matérias relacionadas a nossa matriarcar. Claro q compartilharei na íntegra, com autor, data, hora e endereço de seu blog.
Aguardo resposta.
Desde já, agradeço por sua atenção.
Juliana Campos Maciel
cara Parenta Juliana, fique a vontade!
ResponderExcluirTudo que se relaciona à história de nossa Matriarca deve ser divulgado! Será uma honra! Abraço
gostaria de saber que grau teu como parente de D joaquina ,,,meu avo se chamava Cicero de campos cordeiro (Juliao) meu pai Sebastiao de campos cordeiro ,,,eu cicero de campos cordeiro neto.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO valor pago por Benedito Valadares não pagou 1/3 do valor do imóvel na época, sem contar o valor histórico. O sobrado ficou como herança para meu tio bizavô Benevides de Campos Cordeiro, ele lutou para não deixar que o demolissem, mas não teve exito. O senhor Benevides é Avô do Nego do Setembrino, Tataraneto de Dona Joaquina e Bisneto do Cap Joaquim Antonio de Oliveira Campos, filho de Gaspar de Campos Cordeiro e Tio pai de minha Avó Romilda. Infelismente Benedito Valadares não fez juz ao seu parentesco com Dona Joaquina e ao meu tio Benevides (Duga), houve a desapropiação, a demolição e nada foi feito. De toda forma belissima matéria Hugo, nossa Matriarca nos deixou uma história e uma família Linda. Abraços
ResponderExcluir