quinta-feira, 7 de abril de 2011

CARLOS ELOY, O GRANDE BENEMÉRITO DE POMPÉU


Carlos Eloy, quando presidente da CEMIG - APHC

        
 Pompéu, pérola do centro-oeste mineiro, berço de grandes famílias e de grandes nomes que trabalharam em prol do crescimento econômico, social de cultural do estado das Minas Gerais e de todo o Brasil.
         Dentre os grandes homens que nasceram neste solo que encantou os sertanistas do sec. XVII por sua riqueza e beleza, devemos lembrar de Carlos Eloy Carvalho Guimarães.
         Filho do senhor José Mariano de Campos Guimarães(Zezinho da Usina) e de Dona Nely Carvalho Guimarães, era, portanto descendente pelo lado paterno e materno de Dona Joaquina do Pompéu. Seu pai era sobrinho do Ministro Francisco Campos. Uma tradição familiar voltada para a política e para os interesses do Estado.
         Iniciou seus estudos no Colégio Malheiros, na capital mineira, transferindo-se depois para o Ginásio São Francisco da Ordem Franciscana Menor na cidade de Pará de Minas, retornando posteriormente a Belo Horizonte onde concluiu seus estudos no Colégio Marconi e formou-se em Direito na UFMG em 1960. Mas em 1958 já exercia a advocacia como solicitador(muito comum na época, em que este poderia exercer só quando faltava um advogado), quando foi chamado para trabalhar na defesa de um crime que havia ocorrido em Pompéu e que o advogado principal não compareceu. Nesta época era aluno de Dr. Pedro Aleixo futuro vice-presidente da República do presidente Marechal Costa e Silva, quem procurou para se aconselhar e recebeu o seguinte conselho; “Carlos Eloy, a gente aprende a nadar caindo na água. Se você estudou bem o processo, vá e cumpra o seu dever”(Memórias da Cemig -10. Depoimentos de História Oral – Carlos Eloy, 2004, pag.13). Ele foi e ganhou o júri, o que lhe deu grande respaldo nas comarcas vizinhas. Em 1964 se casou com Myriam Julieta Carvalho Guimarães, com quem teve dois filhos, Carlos Eloy Carvalho Guimarães Júnior e Rodrigo Otávio Carvalho Guimarães.

Na ocasião de sua formatura - APHC

        Em 1963 trocou os salões do Júri pelos bastidores do poder e pelo trabalho incansável da representação parlamentar quando foi eleito deputado estadual com apenas vinte quatro anos de idade. Era o início de dezesseis anos de trabalho na Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais(1963 a 1978), onde foi vice-líder e líder do governo, presidente de comissões técnicas e vice-presidente da casa, que seria sucedido por uma brilhante carreira política como deputado federal por dois mandatos(1978 a 1982 e de 1982 a 1986), Secretário de Estado de Obras Públicas, e presidente da CEMIG por sete anos.
          “Pompéu é uma ilha”. Afirma José Gilberto de Carvalho(Zé do Eli. Prefeito de Pompéu por dois mandatos – 1977 a 1982 e de 1989 a 1992)  primo de Carlos Eloy, ao se referir aos rios que circundam nosso município: Rio Pará, Rio Paraopeba, Rio São Francisco, Rio Pardo e Rio do Peixe. Estes mesmo representando uma grande riqueza natural, constituíam-se também em dificuldades enfrentadas até a década de 60, para transpor recursos e saída para os grandes centros. Afinal as únicas saídas eram por Papagaios, a ponte sobre o rio São Francisco na divisa com Abaeté e uma balsa que ligava ao município de Curvelo.
       Os primeiros recursos obtidos através do recém-eleito dep. Est. Carlos Eloy em 1964 foram as construções das pontes sobre os rios Paraopeba e Pará, ligando a primeira à BR-040 e a segunda ao município de Martinho Campos. Estas obras foram sucedidas pela abertura das estradas que ligam Pompéu a Martinho Campos e a Bom Despacho com o asfaltamento sendo concluído em 1979, quando foi inaugurado, contando com ilustres presenças, entre elas o governador na época; Levindo Ozanam Coelho. 
      De uma recente biografia publicada, do ex-governador Francelino Pereira, podemos extrair um trecho que traduz o desenvolvimentismo que se deu quando Carlos Eloy foi Secretário de Estado de Obras Públicas: “Já Carlos Eloy naturalmente vocacionado para a secretaria de Governo, foi informado que cuidaria da de Obras Públicas e, comandando engenheiros e operários, tocou o maior programa de obras realizado no estado,desde o governo JK”(O Chão de Minas, Francelino Pereira; Kao Martins com Paulinho Assunção e Sebastião Martins. Ed. Sempre Um Papo, pags. 200 e 201. BH-2009).

Com o Presidente Gal. Ernesto Geisel - APHC

        Como já disse, não só como secretário, mas em toda sua vida pública lutou por recursos para Pompéu e região. E conseguiu muitos! Em Pompéu podemos enumerar as várias obras como na educação que até a década de 60 contava apenas com o Grupo Escolar “Dr.Jacinto Campos”, e a partir daí foram construídas as escolas “José Maria de Carvalho”, “Dona Francisca de Oliveira”, “Antônio da Palmira”, “Adelaide Joaquina”, “Estanislau Castelo Branco”, “Min. Francisco Campos” e “Paulo Campos Guimarães”. Na saúde conseguiu recursos para a construção da Santa Casa de Misericórdia, que foi um trabalho em conjunto com Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos, Pe. Bertoldo Van Zee, o então prefeito municipal Levi Campos e vários seguimentos da sociedade pompeana na época. Na segurança foi o responsável pelos recursos para a construção da delegacia e cadeia pública  e do Quartel da Polícia Militar, além da primeira grande reforma do edifício Ministro Francisco Campos, sede da comarca, que havia sido construído pela população pompeana durante o governo de Dr. Milton Campos no governo do Estado(1947-1951). Em sua gestão na secretaria de Obras Públicas desenvolveu o maior programa de habitação da história de Minas Gerais, com a construção de centenas de casas populares, tanto em Pompéu como em Abaeté, Martinho Campos e Bom Despacho.
José Gilberto de Carvalho(Zé do Eli) então prefeito de Pompéu, Goverador Francelino Pereira e Carlos Eloy, então Secretário de Estado de  Viação e Obras Públicas do Governo de Minas Gerais - APHC

        Ter agências bancárias em Pompéu na década de 60 e 70 era algo impensável, que mudou com a instalação de um posto avançado do Banco do Brasil S.A e de uma agência da Caixa Econômica Federal. Em 1978 foi umas das primeiras cidades a ter Copasa, vindo outra grande obra no governo de Dr. Rondon Rocha que foi a construção da central de captação e tratamento de água no rio Pará, com capacidade para abastecer uma cidade de 200.000 habitantes.
        Em 1991 assumiu a presidência da CEMIG, onde permaneceu por sete anos e meio(governos Hélio Garcia e  Eduardo Azeredo).
        Na década de 40, a energia elétrica de Pompéu era gerada por um motor a diesel instalado durante o governo do prefeito Dr. Ciro de Campos Cordeiro, mas na administração de José Maria Álvares da Silva(Lilico das Cabaceiras), a energia era trazida de uma estação do Ribeirão Picão no município de Martinho Campos, que seria substituída no final da década de cinqüenta pela Cia Força & Luz S.A, em que a Prefeitura Municipal era a principal acionista. Mas com o tempo a Cia Força & Luz S.A tornou-se obsoleta, o que fez com que o prefeito Olivério Correa de Lacerda passasse a comprar energia bruta da CEMIG. Somente na década de oitenta é que a CEMIG entrou de vez para a história de Pompéu.
         Como presidente da CEMIG disponibilizou a construção da Subestação do Quati, propiciando a instalação de energia trifásica até a região de extração da ardósia nos limites do município de Pompéu com Papagaio e Paraopeba pela MG-420, o que foi sem dúvida alguma um salto para o crescimento econômico destas empresas que exportam a Ardósia para várias partes do mundo, o que não seria possivel com uma produção em que a energia era gerada por motores a diesel.
           Segundo José Gilberto de Carvalho, “sem Carlos Eloy não teríamos conseguido recursos para a construção da AGROPEU”. Ele explica que sem a intervenção de Carlos Eloy o BDMG não teria feito o empréstimo que foi usado para a construção desta indústria de álcool, orgulho de nossa cidade e que graças a seu atual diretor, o jovem e inteligente Geraldo Otacílo Cordeiro, é imprescindível para o equilíbrio econômico e social de nossa cidade, sempre gerando a segurança do emprego a diversas famílias.
           Em recente visita que fiz ao nobre amigo, mostrou se entusiasmado com o trabalho do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico pelo resgate da História de Pompéu e sua gente, por meio de projetos como o Museu/Memorial de Dona Joaquina!
          Homem público respeitado e preocupado com suas origens e com a história de sua região, Carlos Eloy Carvalho Guimarães merece todo respeito e consideração dos cidadãos de Pompéu por tudo que proporcionou a este município e todo centro-oeste mineiro. 


Eu e Carlos Eloy, Abril de 2010 - APHC

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