Depois de um período de descanso e na cidade de São João del Rei, retorno às minhas atividades nesta simplória página.
A semana Santa em São João del Rei é sem sombra de duvidas uma das mais belas demonstrações de Fé e cultura, que podemos encontrar em Minas Gerias e no Brasil.
Com 300 anos de História, a Semana máxima da Fé Católica em São João del Rei, cidade famosa por sua arquitetura colonial, clássica e eclética, que juntas dão um ar de graça em suas ruas, e vielas é uma atração cultural sem precedentes.
As celebrações presididas pelo Exmo. Sr. Bispo Diocesano, Dom Frei Célio Goulart concelebrada por inúmeros padres da cidade e convidados de outras dioceses, tem um caráter ainda mais especial com a participação da bicentenária orquestra Ribeiro Bastos, regida por minha amiga Dona Stella Neves Vale, irmã do Eminentíssimo e saudoso Cardeal Dom Lucas Moreira Neves, sem falar é claro da população são-joanense e turistas que lotam as igrejas.
A Semana Santa é promovida desde o início pela Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, com todo esplendor e piedade.
OFÍCIO DE TREVAS
Algo interessante são os Ofícios de Trevas, que são orações rezadas solenemente três dias que antecedem o Domingo da Páscoa. São orações, salmos, lamentações, leituras e responsórios, enfim os sentimentos que antecedem a paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A tradição do Ofício de Trevas é antiquíssima, pois desde o sec. VII celebra-se as exéquias de Nosso Senhor e no sec. VIII já se conhecia o ritual do apagar das luzes na liturgia franco-romana. Desde o sec. XII o nome “Ofício de Trevas” indicava as orações noturnas do ofício três dias antes do Domingo da Ressureição. É de “Trevas”, pois, no decorrer deste ofício apagava-se sucessivamente as 14 velas depois de respectivos salmos, em memória das trevas que cobriram a Terra depois da morte do Senhor, para este momento solene é usado um candelabro triangular com 15 velas.
A vela da ponta representa o Cristo, as outras onze os apóstolos e as três restantes as três Marias. Segundo vários autores medievais apagar sucessivamente as velas significa o abandono que o Cristo sofreu por seus seguidores, principalmente no horto.
Em São João del Rei, esta tradição permanece intocada. Em Portugal esta 15ª vela recebe o nome de galo, ou galo das trevas.
No final do ofício que é rezado em latim costuma-se fechar os livros com força e bater os pés no chão simbolizando o terremoto que sacudiu a Terra no momento da morte de Nosso Senhor.
Coroinhas da Catedral Basílica durante o canto do Ofício de Trevas, ao fundo o Sr. Bispo Diocesano Dom Frei Célio Goulart e o Vigario Paroquial Pe. Ramiro Gregório.
Orquestra Ribeiro Bastos executando o Ofício de Trevas
Interior da Catedral Basílica do Pilar, no final de uma das celebrações
Bela postagem!
ResponderExcluirLindas fotos de um momento também muito bonito. Parabéns à cidade por manter momentos tão significativos como esse e ao fotógrafo pelo registro bem feito.