domingo, 15 de maio de 2011

AS PROCLAMAÇÕES DA INDEPENDÊNCIA DO CAP. JOAQUIM ANTÔNIO DE OLIVEIRA CAMPOS(FILHO DE DONA JOAQUINA E CAP. INÁCIO DE OLIVEIRA CAMPOS)

A recente e grande obra do renomado jornalista Laurentino Gomes acerca da História da Independência do Brasil - 1822 – mesmo tendo sido um marco na literatura atual de acessibilidade, omitiu personagens de grande importância no cenário nacional daquele início de século XIX, quando o então Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, se desmantelava depois do retorno de Dom João VI a Portugal, devido convocação das Côrtes de Lisboa.
Tornou-se crescente o ideal de liberdade de um povo colonizado a três séculos. Esta ideia de um território brasileiro como nação independente e soberana ganhou força com a permanência do Príncipe Herdeiro, o jovem Dom Pedro no Brasil, lugar onde crescera e muito amava.
Depois de grandes impasses foi proclamada nossa Independência no dia 7 de setembro de 1822, como todos sabemos. Mas o que poucos sabem foi o que se sucedeu para cristalizar este ideal de independência e de nação soberana. A partir daquele dia 7 de Setembro explodiram várias revoltas a favor da metrópole lusitana, dentre elas podemos citar a mais violenta que foi a do Jenipapo no Piauí. Mas isto é uma outra e longa história...
Relatos numerosos que chegam aos dias de hoje, nos mostram que as contribuições da matriarca do Pompéu com cerca de 500 escravos para fazerem parte das iminentes batalhas na Bahia e gado para alimentar várias outras tropas em combate, foram algumas das ajudas as quais o futuro imperador não se esqueceu. Transcreverei abaixo umas das “Proclamações do Cap. Joaquim Antônio de Oliveira Campos”(do qual também tenho a honra de descender em 5ª geração, pois devido a casamentos em família, a maioria dos descendentes do Casal Joaquina e Inácio, descendem de até 3 de seus filhos ao mesmo tempo).
Este documento é uma das maiores provas de patriotismo fervoroso pela causa da liberdade de nosso território e de seu futuro monarca, o Príncipe Pedro, que viria a ser conhecido como Pedro I, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil!  Eis a Proclamação(II):
“Proclamação Número II
Honrados companheiros d”Armas e briosos soldados: a justiça da causa afiança, previne, e de algum modo decide o seu vencimento; hun só momento de liberdade he muito mais apreciável do que três séculos de abjecta escravidão; as algemas estão quebradas; Pedro, o Grande as desfez, Elle sustentará com dignidade só própria d’ elle a Independência do Brasil. Elle pelas suas Virtudes Imperiais, Cívicas e Militares, será em todo o tempo, e em qualquer situação o Modelo, e Norma invariável da nossa conducta, da família Brasileira: eia briosos soldados, obedece lo he imita-lo.
Porém, resta ainda, Honrados Companheiros d’Armas e briosos Soldados resta ainda dar-vos uma ideia exacta dos meus sentimentos, resta ainda comunicar-vos em parte o zelo e o patriotismo que me acho animado; resta ainda assegurar-vos um penhor de que serei constante companheiro nos vossos trabalhos, nos vosso perigos , e na vossa glória. Por tanto contai com os meos bens ficando sempre salvo o vosso soldo: contai igualmente com os bens de Dona Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco, minha Mãe; por quem estou authorizado a fazer-vos este puro oferecimento; accetai-o pois não como rasgo  de adesão pela Salvação da Pátria e pela defesa do Nosso Augusto Imperador; pois por tão claros e sagrados objetos dar voluntariamente os bens e arriscar gostosamente a vida he no meu conceito pequeno sacrifício .
Enfim, Honrados Companheiros d’ Armas e Briosos Soldados, sois brasileiros, a Causa he justa; isto nos basta.
Villa Pitanguy, 27 de janeiro de 1823.”

Dom Pedro I, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil

Este documento coloca Dona Joaquina e seu filho, o Cap. Joaquim Antônio de Oliveira Campos, como grandes heróis nacionais, pois naquela altura tal manifestação poderia servir como sentença de morte caso Portugal conseguisse reverter a situação, como ocorrera com Tiradentes alguns anos antes. Não existe na história do Brasil documentos semelhantes com tamanho ardor, visto que “tudo que sabemos, ou quase tudo nos veio por tradição”, como assevera Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos, grande amigo, mestre, Historiador e Genealogista, do Instituto Histórico e Geográfico Mineiro. 
Dom Pedro em reconhecimento a este bravo ato heroico nomeou o Cap. Joaquim Antônio para compor a sua Imperial Guarda de Honra,  que havia sido criada por decreto de 1822, fato comunicado ao Cap. Joaquim Antônio pelo Visconde de Caetés, então presidente da Província de Minas Gerais por documento datado de 21 de Abril de 1824, que se encontra no Arquivo Público Mineiro.

Hugo de Castro/2011

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